Três homens, andando
pelas montanhas, foram surpreendidos por uma tempestade. Para se proteger
refugiaram-se numa caverna. De repente, uma pedra enorme despencou do alto e
fechou completamente a entrada da gruta. Os três chegaram à conclusão que
somente Deus podia salvá-los. Assim, começaram a implorar a ajuda do
Todo-poderoso apresentando os atos das suas vidas que pensavam ser mais
merecedores de consideração por parte de Deus.
O primeiro disse: ”Eu
tinha somente uma cabra. Todos os dias a levavam para pastar e ter um pouco de
leite para os meus velhos pais. Também juntava lenha para vender a fim de que
nunca lhes faltasse comida. Certo dia chegou e os encontrei adormecidos.
Esperei a noite toda até eles acordarem. De manhã, dei comida para eles e
depois eu também me alimentei e fui descansar. Senhor, se eu disse a verdade,
dê-me um sinal da tua bondade”. A pedra afastou-se um pouco.
O segundo falou
assim: “Tempos atrás, apaixonei-me por uma jovem muito pobre, porém ela não
aceitou se casar comigo. Então eu juntei todo o ouro que pude e disse para ela
que tudo aquilo seria seu, se ela me vendesse o seu corpo por uma noite. A
pobre jovem veio, mas o temor de Deus entrou no meu coração. Não toquei nela e
lhe deixei todo o ouro. Senhor, se eu disse a verdade, dê-me um sinal da tua
bondade”. A pedra afastou-se mais um pouco.
O terceiro homem,
também, contou a sua história: “Eu tive muitos homens trabalhando comigo.
Quando concluímos os trabalhos dei a todos o salário devido. Um, porém, não se
apresentou. Com o dinheiro dele comprei uma ovelha. Os anos passaram e a ovelha
tornou-se um rebanho. Quando, enfim, o homem apareceu para receber o seu
dinheiro, mostrei para ele o rebanho. Achou que estava zombando dele, mas eu
insisti para que levasse o que era seu. Agora, Senhor, se eu disse a verdade,
dê-me um sinal da tua misericórdia”. A pedra afastou-se mais um pouco e os três
homens conseguiram sair da caverna. As boas obras deles tinham tocado o coração
de Deus. O primeiro pela paciência e o amor filial. O segundo por causa do
respeito ao fraco e do arrependimento. O terceiro porque agiu com justiça e
honestidade.
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