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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Conquistar a intimidade com o Senhor




Conquistar a intimidade com o Senhor

Cada um de nós tem um coração de oração que precisa ser trabalhado e desenvolvido para crescer no dom da oração. Esse trabalho consiste no acolhimento da graça de Deus.

O coração de oração não é algo que vamos comprar com os nossos esforços, mas que vamos acolher com a nossa liberdade. Este coração orante vai se realizando na nossa história. É um exercício contínuo e assíduo. É um trato de fidelidade e sinceridade com Deus.

Quanto mais buscamos a Deus, tanto mais nos relacionamos com Ele na nossa liberdade, na nossa fragilidade, deixando-nos ser seduzidos por Seu amor e, mais nosso coração abre espaço para uma linda intimidade com o Senhor.

Essa intimidade com o Senhor vai acontecendo no decorrer da nossa caminhada de amor e fidelidade. É vontade d'Ele que essa graça aconteça, a graça de um coração repleto do amor de Deus!



Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

terça-feira, 9 de julho de 2013

Casais, escutem a voz de Deus


O casal precisa cultivar um no outro o desejo de escutar a voz de Deus, pois a base da família é o amor. Quando a família vai se lançando no amor, que é o próprio Deus, ela cresce e se estrutura, vai se tornando fecunda.
Sem a graça do Pai atuando em sua vida, os casais serão incapazes de levar, com responsabilidade, o serviço que cada um é chamado a praticar. É preciso recuperar a graça de Deus durante o namoro e o noivado.




    O tempo de namoro é uma descoberta das qualidades e defeitos para que o casal não se assuste um com o outro quando se casar. O casamento é extremamente realista, é na alegria e na tristeza, todos os dias da vida.
Ameaças que pesam sobre a família:
A primeira ameça à família, segundo João Paulo II, é o divórcio.
Outro ponto que o Papa fala é do “sexo seguro”. "O chamado 'sexo seguro', propagado pela civilização técnica, na realidade, é sob o perfil das exigências globais da pessoa, 'radicalmente não seguro'; e mais, é gravemente perigoso", disse João Paulo II.
  O Papa chama à atenção os filhos que são "órfãos de pais vivos", consequência do sexo livre. "Todos nós, que temos família, sabemos da importância do calor do pai e do calor da mãe, como é seguro para uma criança poder correr para a segurança deles".
   A vontade de Deus para cada casal é que sejam uma só carne, de tal forma que tenham uma unidade profunda e que nada nem ninguém tenham como separá-los. Vocês casais estão juntos ou estão unidos? Vocês tem os mesmos projetos de vida, os mesmos objetivos ou cada um tem seus próprios projetos? O casal quando é unido não tem dois planos, dois projetos, mas caminham juntos, decidem juntos, um não mente para o outro, tudo é vivido às claras, não há tapeação, dissimulação, porque se houver não é casamento.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Superar o sentimento de decepção



Segunda-Feira, 17 de junho 2013, 10h43

Superar o sentimento de decepção





Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos e não o reconheceram" ( Lc 24,13-16).

Nós, que ainda não temos sentidos para ver o Senhor, precisamos saber que, quando estamos na dor, no sofrimento ou em grandes alegrias, não estamos sós, Jesus está ao nosso lado como estava ao lado dos dois discípulos. A decepção cega e nos faz pessimistas. Aqueles dois eram discípulos, mas tudo o que aconteceu com Jesus – condenação e morte – decepcionou-os de tal maneira que ficaram cegos.
A decepção é inevitável, não depende de nós. Quantos de nós se decepcionam e cultivam esse sentimento! O pior é que os efeitos dela aumentam dentro de nós com o passar do tempo.

Nós temos de renunciar à decepção. Os seus sentimentos são de decepção? Quem disse que nós somos regidos pelos nossos sentimentos? É você quem deve dominá-los e não eles a você? Nós deixemos que sentimentos tão terríveis, tão tóxicos nos contaminem. Uma vez que ela nos pega, precisamos combater e vencer essa doença. As doenças da alma e do coração são muito piores do que as do corpo.







"É impossível viver sem sofrimento", ensina monsenhor Jonas.

A decepção com pessoas e instituições ligadas à religiões e a Deus são piores, porque alguns acabam se decepcionando com a Igreja e, consequentemente, com o Senhor. Isso é terrível, porque, daí, vem o esfriamento e o afastamento. Como os discípulos de Emaús, você precisa superar esse sentimento, renunciando-o. Não que você vai negar que as pessoas erraram com você. Talvez elas até continuem erradas, mas é preciso que você não guarde esse sentimento em seu coração. Renuncie e salve a sua alma.

Se os nossos inimigos soubessem como sofremos quando nos decepcionamos, ficariam contentíssimos, porque eles, ao contrário de nós, continuam levando a vida deles. Não tenha medo, renuncie às suas decepções; peça oração, peça que rezem com você pela cura do seu coração, dos seus sentimentos.

Os discípulos, decepcionados, entraram num pessimismo tremendo. Eles reconheceram quem era Jesus, mas ficaram tão cegos que a fé deles eclipsou, e tudo o que disseram ao Senhor foram coisas pessimistas. Mas Cristo "entra em cena" e começa repreendendo-os: "Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?" (Lc 24,25-26). Então, Jesus começa a fazer, novamente, toda uma catequese para eles. Quando os discípulos O convidam para ficar com eles e preparam a refeição, ao partir do pão, eles O reconhecem, mas o Senhor desaparece. Daí para frente, eles dizem aquilo que nos mostra o salmo de hoje.

Meus irmãos, qual o jeito de sairmos da nossa cegueira espiritual, do pessimismo? É nos voltarmos para Jesus. Além de estar presente no Sacrário e na Missa, o Senhor está conosco quando estamos trabalhando. Até mesmo quando você está fazendo coisas erradas, Jesus está com você. O remédio para a decepção é Cristo. Mas, muitas vezes, fazemos o contrário, decepcionamo-nos e nos afastamos d'Ele.
É impossível viver sem passar por decepções, porque não depende de nós. É impossível viver sem sofrimento, por isso temos de ser espertos e renunciar a eles.

O espinho entrou? Retire-o. É isso que Jesus está nos ensinando no dia de hoje.

Senhor, que cada um de meus irmãos e irmãs tenham a graça de superar as próprias decepções e suas consequências a partir da cegueira espiritual e do pessimismo, o qual faz com que a pessoa adoeça e, muitas vezes, afaste-se da Igreja e de Ti. Senhor, toca, cura os meus irmãos, dá-lhes coragem de renunciar logo que sintam os primeiros sintomas da doença.


Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Nossa Senhora Rogais por nós!


A ORAÇÃO

A ORAÇÃO
Se nós consagrados (as) quisermos atingir uma estatura espiritual é preciso que nos determinemos em sermos pessoas de oração. É muito fácil alguém cair no pecado da exibição dos seus talentos estando em um púlpito, dificilmente isso acontecerá na oração pessoal, pois não há como dar um jeito para aparecer.
Hoje em nossos tempos temos muitas lideranças, e pouco fervor na oração; muitos temores, poucas lágrimas diante de Deus, muitos interferem, poucos intercedem, muitas pessoas falam sobre oração, poucas crescem no combate da oração. Se nós fracassarmos na oração, fracassaremos em todas as frentes de batalha espiritual; a nossa maior batalha espiritual não é guerrear contra o demônio, e sim, estar na presença de Deus combatendo pelas almas pela salvação das almas.
Os consagrados e as consagradas Leão de Judá precisam estar unidos a Deus e sempre orar, mas também precisam tirar um tempo para orar, pois todo declínio na vida espiritual de um cristão começa da negligência da oração. Ninguém atinge uma vida madura na fé sem desenvolver-se na comunhão íntima com Deus. Nada pode compensar a falta de oração.
Na oração muitas vezes nos falta as palavras, precisamos aprender em meio a dor, ao sofrimento derramar-se diante de Deus como fez Ana (cf. I Sam. 1, 13). Sem palavras ela tocou, moveu o agir de Deus. A oração deve ser para nós algo simples, assim como uma criança que com poucos gestos alegra e cativa o coração do pai. A oração confiante é simples, porém, profunda. O segredo da oração é orar em secreto. Quem se entrega ao pecado para de orar, mas aquele que ora para de pecar. É um desafio para nós, pois precisamos ser pobres, mas é necessário sermos humildes de espírito para crermos que o poder da oração não está nos nossos méritos e em nossos esforços humanos e sim em um abandono filial e confiante nas mãos de Deus. Sá não ora quem não quer orar.
Servimos a um Deus que perscruta o mais profundo de nossos corações e conhece nossas intenções e pensamentos, onde estivermos, com quem estivermos podemos entrar na presença do Senhor e a Ele orar, nós é que complicamos muito as coisas. Temos que ter um encontro, um momento para estarmos na presença do Senhor, mas esse momento não deve resumir-se a uma hora, e sim, a nossa vida deve estar de acordo com esse momento. Diz o Catecismo da Igreja Católica: “O cristão vive como se reza”. Temos que aprender a orar, mas para aprender é preciso orar.
Em I Sam. 12, 23ss, O Senhor refere-se à falta de oração como pecado: “Quanto a mim, infeliz de mim se eu pecar contra Yahweh, deixando de orar por vós e de vos mostrar o bom e reto caminho...”.
O Senhor nos diz que devemos orar sempre em todas as circunstâncias. (cf. I Tess. 5, 17).
“Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças”. ( Fil. 4, 6).
Quando realizamos o que quer que seja para o Senhor, se não estivemos preparados com oração, saibamos que teremos um trabalho frustrado, sem frutos, pois é preciso trabalhar com Ele, para Ele isso só acontece por meio da oração. O CIC, define a oração como combate. Orar é batalhar. O ideal seria que em muitas casas de cristãos o lema sobre a porta fosse: “Não combatemos”.
A oração impõe até disposição física; a oração envolve o sistema nervoso. A oração envolve completamente todo o ser. A oração precisa, deve ser prioridade. Orar deve ser o nosso ferrolho para trancar a noite e nossa chave para abrir o dia. Oração é poder. Oração é riqueza. Oração é fonte de saúde para a alma. A oração é o desejo da alma, ou não reprimido.
Quem sabe calcular o poder de Deus? O homem é capaz de calcular o peso do mundo; sabe dizer o tamanho da cidade celestial; contar quantas estelas há no céu, medir a velocidade da luz, sabe informar a hora exata do nascer e do pôr do sol, mas não sabe avaliar o poder das oração. A oração tem o tamanho de Deus, pois é Ele que nos dá a garantia dela. Ela tem as dimensões do poder de Deus, pois Ele garante que a atenderá. Que Deus se compadeça de nós por termos tantos tropeços ao praticar essa atividade que é a mais nobre que nossa língua e espírito pode exercitar. Se Deus não nos iluminar quando nos encontrarmos no aposento da oração, caminharemos em trevas. O momento de maior constrangimento para a pessoa que crê no dia do juízo será aquele que terá de encarar o fato de que orou pouco.
Eis algumas palavras do admirável São João Crisóstomo: “O poder da oração extinguiu a violência do fogo, fechou bocas de leões, silenciou revoltosos, pôs fim a guerras, acalmou os elementos, expulsou demônios, rompeu as cadeias da morte, escancarou os portões do céu, minorou enfermidades, repeliu mentiras, salvou cidades da destruição, deteve o curso do sol e o avanço do relâmpago. A oração é uma poderosa armadura, um tesouro que nunca acaba, uma mina que nunca se esgota, um céu que nunca fica toldado de nuvens, e nunca é turbado por tempestades. Ela é a raiz, a fonte, a mãe de mil bênçãos”.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

O tempo é um tesouro que só se acha nesta vida


O valor do tempo
Fili, conserva tempus.
Filho, aproveita o tempo (Sr 4,23)
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PONTO I

Diligência, meu filho, — diz o Espírito Santo, —  em empregar bem o tempo, porque é a coisa mais preciosa, riquíssimo dom que Deus concede ao homem mortal. Até os próprios gentios tinham conhecimento de seu valor.
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Sêneca dizia que nada pode equivaler ao valor do tempo. Com maior estimação ainda o apreciaram os Santos. Afirma São Bernardino  de Sena  que um só momento vale tanto como Deus,  porque nesse instante, com um ato de contrição ou de amor perfeito, pode o homem adquirir a graça divina e a glória eterna.
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O tempo é um tesouro que só se acha nesta vida, mas não na outra, nem no céu, nem no inferno. É este o grito dos condenados: Oh! Se tivéssemos uma hora!
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Por todo o preço comprariam uma hora a fim de reparar sua ruína; porém, esta hora jamais lhes será dada. No céu não há pranto; mas se os bem-aventurados pudessem sofrer, chorariam o tempo perdido na sua vida mortal, o qual lhes poderia ter servido para alcançar grau mais elevado na glória; porém, já se passou a época de merecer.
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Uma religiosa beneditina, depois da morte, apareceu radiante de glória a uma pessoa e lhe revelou que gozava plena felicidade, mas, se algo pudesse desejar, seria unicamente voltar ao mundo para sofrer mais e assim alcançar maior mérito. Acrescentou que de boa vontade sofreria até ao dia do juízo a dolorosa enfermidade que a levou à morte, contanto que conseguisse a glória que corresponde ao mérito de uma só Ave-Maria.
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E tu, meu irmão, em que empregas o tempo?…  Por que sempre adias para amanhã o que podes fazer hoje? Reflete que o tempo passado desapareceu e já não te pertence; que o futuro não depende de ti.
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Só dispões do tempo presente para agir… Ó infeliz! — adverte São Bernardo, — por que ousas contar com o vindouro, como se Deus tivesse posto o tempo em seu poder?”. E Santo Agostinho disse:  Como te podes prometer o dia de amanhã, se não dispões de uma hora de vida? “Daí conclui Santa Teresa: “Se não estiveres preparado hoje para morrer, teme morrer mal…

PONTO II
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Nada há mais precioso que o tempo e não há coisa menos estimada nem mais desprezada pelos mundanos. Isto deplora São Bernardo, dizendo: “Passam rapidamente os dias de salvação, e ninguém reflete que esses dias desaparecem e jamais voltam”.
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Vede aquele jogador que perde dias e noites na tavolagem. Perguntai-lhe o que fez e responderá: “Passar o tempo”. Vede o ocioso que se entretém horas inteiras na rua a ver quem passa, ou a falar em coisas obscenas ou inúteis.
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Se lhe perguntam o que está fazendo, dirá que não faz mais do que passar o tempo. Pobres cegos, que assim vão perdendo tantos dias, dias que nunca mais voltam! Ó tempo desprezado! tu serás a coisa que os mundanos mais desejarão no transe da morte.
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Queremos então dispor de mais um ano, mais um mês, mais um dia; mas não o terão, e ouvirão dizer que já não haverá mais tempo (Ap 10,6). O que não daria então cada um deles para ter mais uma semana, um dia de vida, a fim de poder melhor ajustar as contas da alma!
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Ainda que fosse para alcançar só uma hora — disse São Lourenço Justiniano — dariam todos os seus bens. Mas não obterão essa hora de trégua. Pronto, dirá o sacerdote que o estiver assistindo, apressa-te a sair deste mundo; já não há mais tempo para ti.
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Por isso, exorta o profeta a que nos lembremos de Deus e procuremos sua graça antes que a luz se nos extinga (Ecl 12,1-2). Que apreensão não sentirá um viajante ao notar que se transviou no caminho, quando, por ser já noite, não lhe é possível reparar o engano!… Tal será a mágoa na morte do que tiver vivido muitos anos sem empregá-los no serviço de Deus.
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“Virá a noite em que ninguém poderá fazer mais nada” (Jo 9,4). Então o momento da morte será para ele o tempo da noite, em que nada mais poderá fazer. “Clamou contra mim o tempo” (Lm 1,15).
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A consciência recordar-lhe-á todo o tempo que teve e que empregou em prejuízo de sua alma; todas as graças que recebeu de Deus para se santificar e de que não quis aproveitar; e ver-se-á depois privado de todos os meios de fazer o bem. Por isso exclamará gemendo:Como fui insensato! Ó tempo perdido, em que podia ter-me santificado!
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Mas não o fiz e agora já não é tempo de o fazer… De que servem tais suspiros e lamentações, quando a vida está prestes a terminar e a lâmpada se vai extinguindo, vendo-se o moribundo próximo do solene instante de que depende a eternidade?
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PONTO III

Devemos caminhar pela via do Senhor enquanto temos vida e luz, porque esta logo desaparece na morte (Lc 12,40). Então já não é tempo para preparar-se, mas de estar pronto (Jo 12,35).

Quando chega a morte, não se pode fazer nada: o que está feito está feito… Ó Deus! Se alguém soubesse que em breve se decidiria a causa de sua vida ou morte, ou de toda a sua fortuna, com que ardor não procuraria um bom advogado, diligenciaria para que os juízes conhecessem nitidamente as razões que lhe assistem, e trataria de empregar os meios para obter sentença favorável!

O que fazemos nós? Sabemos com certeza que muito brevemente, no momento em que menos o pensamos, se há de julgar a causa do maior negócio que temos, isto é, do negócio de nossa salvação eterna… e ainda perdemos tempo? Dirá talvez alguém: “Sou ainda moço; mais tarde me converterei a Deus”.

Sabe — respondo — que o Senhor amaldiçoou aquela figueira que achou sem frutos, posto que não fosse estação própria, como observa o Evangelho (Mc 11,13). Com este fato quis Jesus Cristo dar-nos a entender que o homem, em todo tempo, sem excetuar a mocidade, deve produzir frutos de boas obras, senão será amaldiçoado e nunca mais dará frutos no futuro. Nunca jamais coma alguém fruto de ti (Mc 11,14).

Assim falou o Redentor àquela árvore, e do mesmo modo amaldiçoa a quem ele chama e lhe resiste… Circunstância digna de admiração! Ao demônio parece breve a duração de nossa vida, e é por isso que não deixa escapar ocasião de nos tentar. “Desceu a vós o demônio com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo” (Ap 12,12).

De sorte que o inimigo não perde nem um instante para desgraçar-nos e nós não aproveitamos, o tempo para nos salvar! Outro dirá: Qual é o mal que faço? Ó meu Deus! E já não é um mal perder o tempo em jogos e conversações inúteis, que de nada servem à nossa alma? Acaso nos dá Deus esse tempo para que assim o percamos? Não, diz o Espírito Santo:Particula boni doni non te praetereat (Ecl 14,14).

Aqueles operários de que fala São Mateus não faziam nenhum mal; somente perdiam o tempo, e é por isso que o dono da vinha os repreendeu: “Que estais aqui todo o dia ociosos?” (Mt 20). No dia do juízo, Jesus Cristo nos pedirá conta de toda palavra ociosa. Todo o tempo que não é empregado para Deus, é tempo perdido.

E o Senhor nos diz: “Qualquer coisa que possa fazer tua mão, fá-la com instância; porque nem obra, nem razão de sabedoria, nem ciência haverá no sepulcro, para onde caminhas célere” (Ecl 9,10).

A venerável irmã Joana da Santíssima Trindade, filha de Santa Teresa, dizia que na vida dos Santos não há dia de amanhã; só o há na vida dos pecadores, que dizem sempre “mais tarde, mais tarde” e é assim que chegam à morte. “É agora o tempo favorável” (2 Cor 6,2). “Se hoje ouvirdes a sua voz, não queirais endurecer vossos corações” (Sl 94,8). Hoje Deus te chama a fazer o bem; faze-o hoje mesmo, porque amanhã talvez já não terás tempo, ou Deus não te chamará.

E, se por desgraça na vida passada empregaste o tempo em ofender a Deus, procura agora expiar essa falta no resto de tua vida mortal, como resolveu fazer o rei Ezequias: “Repassarei diante de ti todos os meus anos com a amargura de minha alma” (Is 38,15). Deus te prolonga a vida para que resgates o tempo perdido: “Recobrando o tempo, pois que os dias são maus” (Ef 5,16); ou ainda, segundo comenta Santo Anselmo:

“Recuperarás o tempo se fizeres o que descuidaste de fazer”.

São Jerônimo diz de São Paulo que, não obstante ser o último dos apóstolos, tornou-se o primeiro em méritos pelos seus trabalhos depois da vocação. Consideremos ao menos que em cada instante podemos ganhar maior cópia de bens eternos.

Se nos cedessem a propriedade do terreno que pudéssemos percorrer num dia, ou o dinheiro que pudéssemos contar num dia, que de esforços não faríamos! Pois, se podemos adquirir em um instante tesouros eternos, por que havemos de mal gastar o tempo? O que podes fazer hoje não diga que o farás amanhã, porque o dia de hoje se perderá e não mais voltará.

Quando São Francisco de Borja ouvia falar das coisas mundanas, elevava o coração a Deus com tão santos afetos que não sabia responder quando lhe perguntavam qual era o seu sentir acerca do que haviam dito. Repreenderam-no por isso, e ele contestou que antes preferia parecer homem rude do que perder futilmente o tempo.

 Santo Afonso Maria de Ligório
Fonte: Blog Almas Devotas

quarta-feira, 13 de março de 2013

Os cinco brasileiros do colégio cardinalício



Os cinco brasileiros do colégio cardinalício

Biografia


Conheça os cardeais brasileiros que participarão da eleição do novo Papa
Alessandra Borges
Da Redação
O mundo estará com os olhos voltados para o Vaticano, nos próximos dias, quando os cardeais de 46 países escolherão o novo Papa.
A Igreja do Brasil será representada pelo Cardeal Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer; por Dom João Braz de Aviz, até então Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano; pelo Arcebispo de Aparecida (SP) e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis; pelo Arcebispo Emérito da Arquidiocese de São Paulo, Dom Cláudio Hummes; e pelo Arcebispo Emérito de Salvador (BA), Dom Geraldo Majella Agnelo.

Conheça a biografia do Cardeal  Dom Odilo  Pedro Scherer
 Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Dom Odilo Pedro Scherer, 63 anos, Arcebispo de São Paulo
Nascimento: 21/09/1949 – Cerro Largo (RS)
Ordenação Sacerdotal: 07/12/1976 – Quatro Pontes (PR)
Nomeação Episcopal: 28/11/2001
Nomeação Cardinalícia: em 2007 foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI
Estudos: Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1994-1996); Doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1988-1991). Além de outros cursos de aperfeiçoamento da língua alemã no  Goethe-Institut de Staufen i.Br. (Alemanha), da língua francesa na Universidade de Lyon (França) e da língua inglesa, em Londres. Leia mais>>

Conheça a biografia do Cardeal Dom João Braz de Aviz
Cardeal Dom João Braz de Aviz
Dom João Braz de Aviz, 65 anos, Arcebispo emérito de Brasília
Nascimento: 24/04/1947 – Mafra (SC)
Ordenação Sacerdotal: 26/11/1972 – Apucarana (PR)
Nomeação Episcopal: 06/04/1994
Nomeação Cardinalícia: em 2012 foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI
Estudos: Formado em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e doutorado em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Lateranense. Leia mais>>
 



Conheça a biografia do Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis
 Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis

Dom Raymundo Damasceno, 76 anos, Arcebispo de Aparecida
Nascimento: 15/02/1937 – Capela Nova (MG)
Ordenação Sacerdotal: 19/03/1968 – Conselheiro Lafaiete (MG)
Nomeação Episcopal: 15/09/1986
Nomeação Cardinalícia: em 2010 foi criado Cardeal pelo Papa João Paulo II.
Estudos: Cursou Teologia e, em 1965, foi para a Alemanha, onde acompanhou o Curso Superior de Catequese. De 1986 a 2003, foi Diretor do Curso Superior de Teologia para leigos da Arquidiocese de Brasília (DF). Membro eleito na Academia Brasiliense de Letras, em novembro de 2003, tomando posse na cadeira 33, no dia 23 de junho de 2004. Leia mais>>


Conheça a biografia do  Cardeal Dom  Cláudio Hummes
 Cardeal Dom Cláudio Hummes
Dom Frei Cláudio Hummes, 78 anos, Arcebispo Emérito de São Paulo
Nascimento: Nascimento: 08/08/1934 – Montenegro (RS)
Ordenação Sacerdotal: 03/08/1958 – Divinópolis (MG)
Nomeação Episcopal: 22/03/1975
Nomeação Cardinalícia: em 2001 foi criado Cardeal pelo Papa João Paulo II
Estudos: Graduação em Filosofia (Garibaldi, Rio Grande do Sul 1953-1954). Graduação em Teologia (Divinópolis, Minas Gerais 1953-1954). Especialização em Ecumenismo, no Instituto Ecumênico de Bossey, Genebra, Suíça, 1968). Doutorado em Filosofia (Roma, 1959-1962), com a tese “Renovação das provas tradicionais da Existência de Deus por Maurice Blondel em L’Action (1893)”. Leia mais>>


Conheça a biografia do Cardeal Dom Geraldo Majella
 Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo
Dom Geraldo Majella Agnelo, 79 anos, Arcebispo Emérito de Salvador (BA)
Nascimento: 19/10/1933 – Juiz de Fora (MG).
Ordenação Sacerdotal: 29/06/1957 – São Paulo
Nomeação Episcopal: 05/05/1978
Nomeação Cardinalícia: em 2001 foi criado Cardeal por João Paulo II.
Estudos: Doutorado em Teologia com ênfase em Liturgia (Roma, Pontifício Ateneu Santo Anselmo); Especialização em Liturgia (1967-1969); Graduação em Teologia (São Paulo, Seminário Central, Ipiranga, 1954-1957); Graduação em Filosofia (São Paulo, Seminário Central, Ipiranga, São Paulo, 1951 – 1953); Licenciatura em Filosofia (Mogi das Cruzes, São Paulo, Universidade de Mogi das Cruzes). Leia mais>>

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Leia o artigo do Padre Paulo Ricardo a respeito da renúncia do Papa Bento XVI Como filhos, nos vem a vontade de dizer: "não se vá, não nos deixe, não nos abandone!"

11/02/2013 13:01 | Categorias: Notícias, Bento XVI



Na manhã deste dia 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes, fomos colhidos pela notícia espantosa de que o Santo Padre, o Papa Bento XVI, renunciou ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro.

Em discurso ao Consistório dos Cardeais reunidos diante dele, o Papa declarou que o faz "bem consciente da gravidade deste ato" e "com plena liberdade".

É evidente que a renúncia de um Papa é algo inaudito nos tempos modernos. A última renúncia foi de Gregório XII em 1415. A notícia nos deixa a todos perplexos e com um grande sentimento de perda. Mas este sentimento é um bom sinal. É sinal de que amamos o Papa, e, porque o amamos, estamos chocados com a sua decisão.

Diante da novidade do gesto, no entanto, já começam a surgir teorias fabulosas de que o Papa estaria renunciando por causa das dificuldades de seu pontificado ou que até mesmo estaria sofrendo pressões não se sabe de que espécie.

O fato, porém, é que, conhecendo a personalidade e o pensamento de Bento XVI, nada nos autoriza a arriscar esta hipótese. No seu livro Luz do mundo (p. 48-49), o Santo Padre já previa esta possibilidade da renúncia. Durante a entrevista, o Santo Padre falava com o jornalista Peter Seewald a respeito dos escândalos de pedofilia e as pressões:


Pergunta: Pensou, alguma vez, em pedir demissão?

Resposta: Quando o perigo é grande, não é possível escapar. Eis porque este, certamente, não é o momento de demitir-se. Precisamente em momentos como estes é que se faz necessário resistir e superar as situações difíceis. Este é o meu pensamento. É possível demitir-se em um momento de serenidade, ou quando simplesmente já não se aguenta. Não é possível, porém, fugir justamente no momento do perigo e dizer: "Que outro cuide disso!"

Pergunta: Por conseguinte, é imaginável uma situação na qual o senhor considere oportuno que o Papa se demita?
Resposta: Sim. Quando um Papa chega à clara consciência de já não se encontrar em condições físicas, mentais e espirituais de exercer o encargo que lhe foi confiado, então tem o direito – e, em algumas circunstâncias, também o dever – de pedir demissão.

Ou seja, o próprio Papa reconhece que a renúncia diante de crises e pressões seria uma imoralidade. Seria a fuga do pastor e o abandono das ovelhas, como ele sabiamente nos exortava em sua homilia de início de ministério: "Rezai por mim, para que eu não fuja, por receio, diante dos lobos" (24/04/2005).

Se hoje o Papa renuncia, podemos deduzir destas suas palavras programáticas, é porque vê que seja um momento de serenidade, em que os vagalhões das grandes crises parecem ter dado uma trégua, ao menos temporária, à barca de Pedro.

Podemos também deduzir que o Santo Padre escolheu o timing mais oportuno para sua renúncia, considerando dois aspectos:

1. Ele está plenamente lúcido. Seria realmente bastante inquietante que a notícia da renúncia viesse num momento em que, por razões de senilidade ou por alguma outra circunstância, pudéssemos legitimamente duvidar que o Santo Padre não estivesse compos sui (dono de si).

2. Estamos no início da quaresma. Com a quaresma a Igreja entra num grande retiro espiritual e não há momento mais oportuno para prepararmos um conclave através de nossas orações e sacrifícios espirituais. O novo Pontífice irá inaugurar seu ministério na proximidade da Páscoa do Senhor.

Por isto, apesar do grande sentimento de vazio e de perplexidade deste momento solene de nossa história, nada nos autoriza moralmente a duvidar do gesto do Santo Padre e nem deixar de depositar em Deus nossa confiança.

Peçamos com a Virgem de Lourdes que o Senhor, mais uma vez, derrame o dom do Espírito Santo sobre a sua Igreja e que o Colégio dos Cardeais escolha com sabedoria um novo Vigário de Cristo.

Nosso coração, cheio de gratidão pelo ministério de Bento XVI, gostaria que esta notícia não fosse verdade. Mas, se confiamos no Papa até aqui, porque agora negar-lhe a nossa confiança? Como filhos, nos vem a vontade de dizer: "não se vá, não nos deixe, não nos abandone!"

Mas não estamos sendo abandonados. A Igreja de Cristo permanecerá eternamente. O que o gesto do Papa então pede de nós, é mais do que confiança. Ele nos pede a fé! Talvez seja este um dos maiores atos de fé aos quais seremos chamados, num ano que, providencialmente, foi dedicado pelo próprio Bento XVI à Fé.

Fé naquelas palavras ditas por Nosso Senhor a São Pedro e a seus sucessores: "As portas do inferno não prevalecerão!" (Mt 16, 18).

Estas palavras permanecem inabaláveis através dos séculos!

Autor: Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior

Tags: Papa, Bento XVI

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bento XVI anuncia sua renúncia como Papa

O Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira, 11, que vai renunciar à sua função como Papa no dia 28 de fevereiro. Veja abaixo o texto integral do anúncio:

Caríssimos Irmãos,

"Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

Bento XVI

domingo, 27 de janeiro de 2013

Mandamentos do casal parte II


Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou "Os Dez Mandamentos do Casal". Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.

1. Nunca irritar-se ao mesmo tempo

A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso convencermo-nos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. D. Helder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura...".

2. Nunca gritar um com o outro
A não ser que a casa esteja pegando fogo.
Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria... Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.

3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro
Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro "vença", para que mais rapidamente ela termine. Discussão no casamento é sinônimo de "guerra", de luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral"; dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Às vezes uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.

4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor
A outra parte tem que entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.

5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado
A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos. Toda vez que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isto que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isto não ocorra nos momentos de discussão. Nestas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deve ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta, e tudo de mau pode acontecer, em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas. Nos tempos horríveis da "guerra fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: "a paz impõe-se somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade". Ora, se isto é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo, "primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz". Portanto, para haver vida no casamento, é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.

6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge
Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.

7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo
"Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento" (Ef 4,26b)
Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema, sem solução. Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem. Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.

8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa
Muitos têm reservas enormes de ternura, mas esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isto também com palavras. Especialmente para as mulheres, isto tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem estar. Muitos homens têm dificuldade neste ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância. Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "eu te amo", "você é muito importante para mim", "sem você eu não teria conseguido vencer este problema", "a tua presença é importante para mim"; "tuas palavras me ajudam a viver"... Diga isto ao outro com sinceridade toda vez que experimentar o auxílio edificante dele.

9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas
Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isto é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento, e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!



10. Quando um não quer, dois não brigam
É a sabedoria popular que ensina isto. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar esta iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será "não pôr lenha na fogueira", isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes será por um abraço carinhoso, ou por uma palavra amiga.

Fonte: Canção Nova/ Prof. Felipe Aquino 
Do livro "Namoro" - Site da Canção Nova (www.cancaonova.com)




quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mandamentos do casal parte I



Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.

Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter a triste monotonia do matrimônio.

O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou a seguinte história:

“Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã, minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um infarto. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e, quase se arrastando, a levou até a caminhonete.

Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou!

Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.

Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção:

- Meus filhos, foram 55 bons anos… Ninguém pode falar do amor verdadeiro, se não tem ideia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.

Ele fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou:
- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, e perdoamos nossos erros…

Filhos, agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por quê? Porque ela se foi antes de mim, e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto, que não gostaria que sofresse assim.

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo: “Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa.”

E por fim, o professor concluiu: “Naquele dia, entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas.”

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar, pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

“Quem caminha sozinho, pode até chegar mais rápido. Mas aquele que vai acompanhado, com certeza, chegará mais longe, e terá a indescritível alegria de compartilhar alegria… alegria esta, que a solidão nega a todos que a possuem”