Todos nós
passamos por momentos difíceis na vida. Nessas horas parece que ninguém tem resposta
para nós, só Deus; mas, muitas vezes, não O escutamos.
Então é
frequente ouvir pessoas dizerem que estão em crise de fé. Isso acontece porque
muitas vezes baseamos a nossa fé em nós mesmos.
A fé precisa
estar baseada em Jesus Cristo e na sua Igreja. A santa Igreja existe há mais de
dois mil anos. Tem uma tradição sólida: “Então voltaram para Jerusalém,
do monte que se chama das Oliveiras, que está perto de Jerusalém (…). Todos
estes perseveraram unanimemente em oração com as piedosas mulheres, e com
Maria, Mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (Atos dos Apóstolos 1, 1-42).
É preciso ter
desapego de alma para discernir a vontade de Deus. O Senhor nos fala e nos guia
por meio do dom do discernimento dos espíritos. Há três tipos de “espíritos”
que podem atuar em nós:
1) o bom espírito (que
são as boas inspirações vindas de Deus, normalmente através dos anjos, e que
nos infundem o desejo de praticar a virtude),
2) o “espírito do mundo”
(que nos impele para a satisfação de ambições desordenadas na ânsia de prestígio,
dinheiro, poder e prazer antes de todos sensual),
3) o “mal espírito” ou
“espírito do demônio” (que nos incita a cometer pelo menos algum dos sete
vícios capitais – soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça).
Esse “espírito”, que é o “espírito do demônio”, frequentemente se manifesta
como anjo de luz, para enganar os incautos.
Na Sagrada
Escritura está dito: “O justo vive da fé” (Gal. 3,11),
“Reconhecei-o, pois os que são da fé são os verdadeiros filhos de Deus” (Gal.
3,7), e “Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que o que
se aproxima de Deus creia que ele existe e que ele recompensa os que o buscam”
(Hebreus, 11,6).
Ter Fé
consiste em acreditar firmemente em todas as verdades que Deus nos revelou e
que a Igreja nos ensina, por parte dela. A Fé é chamada virtude por
ser, com efeito, inclinação, hábito da alma, que leva a pessoa à prática do
bem. É uma virtude sobrenatural porque não pode ser adquirida com
as forças humanas unicamente, mas é formada em nós pela graça e tende para um
bem não terreno e natural, e sim para um bem espiritual e eterno.
Esta
disposição é comunicada à pessoa por ocasião do batismo. Daí a chamada inocência
batismal. É uma tendência da pessoa para aquilo que é verdadeiro, bom e
belo. A inocência batismal é perdida quando a pessoa comente pecado mortal.
Hoje em dia,
infelizmente, são muitos os pecados contra a Fé. Os mais frequentes são:
a) a negligência em instruir-se
pessoalmente das verdades que cumpre saber e crer;
b) a falta de
zelo e de cautela que possuem a fé e a deixam afrouxar ou
perder-se;
c) a infidelidade,
que consiste em não querer aceitar nem acreditar na autêntica doutrina católica
(ou seja, não só a que foi proclamada como dogmática, mas também os
ensinamentos dos santos e de autores de ortodoxia comprovada);
d) a heresia,
pecado de quem nega, teimando, alguma verdade da Fé;
e) a apostasia,
pecado de quem, tendo sido católico, rejeita a fé católica, passando para a
infidelidade ou para outra religião (protestantismo, judaísmo, budismo, etc.);
f) a indiferença
prática,
ou seja, descuido repetido que leva a pessoa a eximir-se, por um ou outro
pretexto, de atos, atitudes ou obrigações que a fé impõe;
h) O respeito
humano,
que consiste em não ousar manifestar-se como pessoa que pratica atos de piedade
por medo da crítica ou do juízo de gente do mundo.
Propriamente
falando, a Fé não é resultado dos nossos esforços ou da nossa vontade.
É um dom de Deus. O primeiro meio para adquiri-la é primeiramente a
graça do batismo. E, depois, para readquiri-la ou conservá-la é pedir esse dom
pela oração, como faziam os discípulos: “Senhor, fortalecei e aumentai a nossa
fé”.
Ademias a fé
se robustece pela instrução religiosa, pelo estudo da doutrina católica nos
livros de orientação e leitura, escritos preferencialmente pelos santos
legitimamente canonizados ou por quem não adultera os ensinamentos tradicionais
da Igreja.
fonte; site do apostolado Sagrado Coração de Jesus
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