Um artista espanhol criou, com base em dez anos de estudos do Santo Sudário, uma escultura que mostra Nosso Senhor Jesus Cristo crucificado, coberto de ferimentos e ensanguentado, que segundo ele seria uma reprodução fiel de seu estado físico depois de sua morte.
O escultor e professor da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro, disse à BBC Brasil que “essa imagem só pode ser compreendida com olhos de quem tem fé”.
“A princípio, ela pode chocar pelo realismo, mas ela reproduz, com fidelidade, a cena do calvário”, completou o autor, que levou mais de dois anos para concluir sua obra.
A escultura detalha cada ferimento no corpo de Cristo a partir de dez anos de estudos de Miñarro sobre o Santo Sudário, o tecido que teria coberto o corpo de Jesus em seu sepultamento, além de pesquisas promovidas pelas universidades de Córdoba, que tomou a iniciativa de criar a escultura, e de Sevilha.
A escultura do Cristo ensanguentado esteve exposta no dia 11 de março de 2011, na Igreja Pedro de Alcântara, na cidade de Córdoba, e saiu em procissão pelas ruas da cidade durante a Semana Santa.
‘Exatidão matemática’
Com base na análise do sudário, o escultor quis reproduzir “com exatidão matemática” as perfurações causadas pela coroa de espinhos, as feridas decorrentes da flagelação e as lacerações produzidas pelas quedas durante a Via Crucis.
A estatura, o tamanho da cabeça, tronco e extremidades, a fisionomia do rosto e até o detalhe do pé esquerdo sobrepondo-se ao direito têm como referência a relíquia histórica.
A pesquisa também incluiu investigações sobre o material usado nos chicotes com bolas de metal nas pontas usados para açoitar Jesus. A reprodução da coroa de espinhos foi feita com galhos de uma planta chamada jujube (zizyphus spina christi), usada para construir o instrumento de tortura.
Uma equipe de médicos fez um estudo hematológico para diferenciar as marcas de sangue derramado antes e depois da morte de Cristo, para que a pintura da escultura pudesse refletir essa diferença, especialmente nas chagas das costas, mãos e pés.
O autor chegou a trazer areia de Jerusalém para reproduzir as marcas das quedas durante o calvário nos joelhos e tronco de Jesus.
Isaías 53
“E Ele subirá como arbusto diante dele, e como raiz que sai de uma terra sequiosa; ele não tem beleza nem formosura, e vimo-lo, e não tinha aparência do que era, e por isso não tivemos caso dele. Ele era desprezado, e o último dos homens, um homem de dores; e experimentado nos sofrimentos; e o seu rosto estava encoberto; era desprezado, e por isso nenhum caso fizeram dele. Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas fraquezas (e pecados), e ele mesmo carregou com as nossas dores; e nós o reputamos como um leproso, e como um homem ferido por Deus e humilhado. Mas foi ferido por causa das nossas iniqüidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e nós fomos sarados com as suas pisaduras” (53, 2-5).
Fonte: BBC Brasil
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